A permanência do sistema “Pare e Siga”, instalado pela CSN Mineração S.A, entre os quilômetros 6 e 7, da Rodovia MG-442, em Belo Vale, MG, poderá ser desativada em outubro de 2021. A informação foi confirmada por Henrile Pinheiro Meirelhes, gerente geral de Exploração Geológica, em ofício ao Promotor de Justiça da Comarca de Belo Vale, Dr. Vinicius Alcântara Galvão. A Promotoria atendeu à Representação da Associação do Patrimônio Artístico e Ambiental de Belo Vale, APHAA-BV 06.7/21, que solicitou investigação da manutenção do sistema.
Foto: Sandoval de Souza. Desabamentos de pedras, erosões nos taludes e encostas, são provenientes das intervenções de mineradoras no Pico da Bandeira.
O “Pare e Siga” foi autorizado pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG), e desde o dia 07 de abril de 2020, a CSN Mineração S/A usa do sistema para executar tentativas de reparos nas encostas dos barrancos, reparos de taludes e conter deslizes das encostas, que comprometem a segurança do tráfego na MG-442. A entidade ambiental questionou ausência de posicionamento da CSN para com a execução e desenvolvimento dos serviços, e planejamento para solução das atividades no local.
Foto: Marcos Virgílio Ferreira Resende. O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG) não se posicionou para realizar obra de erosão da pista, em curva acentuada. Há anos, necessita de obra de contenção; riscos e custos aumentam com o avanço dos buracos.
A APHAA-BV posiciona-se pela segurança do local, sem riscos do tráfego na rodovia. O Pico da Bandeira tem sua importância histórica e geográfica, como referência, marco e guia desde tempos coloniais. Está na divisa dos municípios de Belo Vale e Congonhas, e vem sendo rebaixado pelas mineradoras desde 2016. Está perdendo sua posição de ponto mais alto da serra da Moeda, com altitude natural de 1.628 metros. A intervenção no cume do Pico da Bandeira fez perder sua crista, e provocou abalos nos taludes e encostas à margem da rodovia.
O presidente da APHAA-BV, Romeu Matias Pinto colocou que Dr. Vinicius Alcântara Galvão está atento à questão. Segundo o promotor, deve-se aguardar o prazo estipulado pela CSN Mineração, para desativar o sistema.
Tarcísio Martins, jornalista e ambientalista
Correio de Minas