O programa Minha Casa Minha Vida tem atualmente quase 230 mil unidades habitacionais com as obras paralisadas, sem previsão de entrega.
Mais 186 mil já estão praticamente concluídas e outras 41 mil estão com o andamento mais atrasado. Todas elas destinadas à faixa 1, que concentra a população que ganha até dois salários mínimos.
Os dados do governo federal são representativos no que diz respeito ao abandono do programa. Nos últimos dois anos, o orçamento para este setor da habitação decaiu de quase quatro bilhões em 2017 para 1 bilhão em 2018.
Em comparação com 2015, antes da ruptura institucional no governo, o investimento no Minha Casa, Minha Vida decaiu 95%. A verba para o programa em 2015 era de 23 bilhões de reais.
O arquiteto e urbanista, João Whitaker, destaca a inovação do Minha Casa Minha Vida enquanto política pública no país:
Ex-secretário de habitação da cidade de São Paulo, Whitaker é também professor doutor na USP, Universidade de São Paulo.
O urbanista explica que apostar na faixa 1 para as construtoras sempre foi interessante.
Por conta da instabilidade política, o cenário é de receio de aporte financeiro por parte da iniciativa privada, comenta João Withaker. No ano passado, das 495 mil unidades habitacionais contratadas, apenas 5% enquadradas na faixa 1.
De São Paulo, Claudia Rocha